Empreender exige paciência e atenção aos detalhes. Começar um negócio requer identificação, organização e planejamento. Apesar disso, é possível se blindar de qualquer porventura que possa ocorrer? Talvez não seja possível prever todos os desafios futuros, mas com certeza existem estratégias para você ficar, ao menos, bem protegido.
O primeiro passo é estruturar um plano de negócios. Nesta fase, você vai compreender exatamente o que deseja, quais os percalços para atingir os objetivos e como se resguardar em relação às circunstâncias que estão por vir. João Britto, diretor comercial do Grupo Bittencourt, separou os principais focos de atenção que devem ser adotados quando se inicia a própria empresa, ressaltando que um só serviço ou produto de qualidade não são suficientes na garantia do sucesso. “Qualquer negócio precisa de algum diferencial competitivo, senão corre o risco de ser apenas mais um no mercado. Outro problema frequente é não deixar recursos ao capital de giro. Leva um certo tempo até a empresa chegar em um ponto de equilíbrio. Sem esses recursos, está fadado a começar endividado”, explica.
Além disso, é importante avaliar o local em que o negócio será instalado, realizando-se uma análise minuciosa dos concorrentes. É necessário ter uma previsão dos investimentos iniciais dos sócios, verificando qual será a participação societária e as responsabilidades de cada um. Observe se todas as licenças específicas em relação à atividade que será desenvolvida já estão em mãos. Hoje, com um cenário de instabilidade econômica, recomenda-se o controle rigoroso, de forma que o negócio seja avaliado constantemente, inclusive se for uma microempresa. A ajuda de profissionais especializados em direito e contabilidade é muito bem-vinda nesses momentos, pois auxiliarão na compreensão correta dos resultados da empresa. Faça a distinção, também, da Pessoa Física do sócio da Pessoa Jurídica que será formada: ambas devem ser independentes.
Não atentar ao fluxo de caixa, errar na contabilidade e perder o controle dos números são algumas ações que levam ao fracasso. Entender bem qual o tipo de negócio e escolher com cuidado o local do empreendimento são aspectos essenciais e que fazem toda a diferença. Afinal, a localização adequada pode alavancar as vendas, assim como um ponto ruim pode ser a receita para a derrota. A equipe deve, também, ser qualificada, a fim de que o empreendimento seja eficiente e ágil.
As contas podem estar em dia, mas de nada isso adianta se não há respaldo jurídico. É essencial estar respaldado juridicamente - são questões que envolvem desde o nome da marca até possíveis desafios que possam surgir. Direitos voltados à propriedade intelectual e digital, por exemplo, devem receber atenção do empresário para planejar com antecedência sua estratégia. Registrar o nome do domínio o quanto antes é crucial. Lembre-se, ademais, de verificar se direitos de terceiros não estão sendo violados com o registro da marca. Por isso, sempre se informe antes com uma equipe jurídica.
O empresário tem a obrigação de declarar seus bens de propriedade intelectual como ativos intangíveis, bem como as operações de pagamento e recebimento de royalties decorrentes da exploração de seus bens intelectuais. Já no âmbito da proteção de dados, a empresa é responsável por estar em conformidade com a legislação em vigor - o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Atente, também, ao conceito de concorrência desleal. Nesse sentido, o empresário deve estudar quais as melhores práticas de mercado dentro de seu setor de atuação, ter política de conformidade (compliance) e reprimir condutas antiéticas dentro da organização.
Em relação a todos os aspectos discutidos, a assessoria jurídica é fundamental para que essas questões sejam analisadas de acordo com a situação da empresa. Por fim, não se esqueça de que a governança deve respeitar o tamanho e a complexidade de seu negócio. Assim, o planejamento estratégico e o acompanhamento dos resultados podem ser bem estruturados e aplicados.