Recentemente, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) negou a possibilidade de recessão no Brasil. O instituto divulgou que houve expansão de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no 2° trimestre, após retração de 0,1% no 1° trimestre. Se a economia tivesse estagnado novamente, o país estaria, tecnicamente, em recessão - caracterizada pela retração consecutiva em dois trimestres.
Apesar de o país não se encontrar em recessão, o índice de desemprego continua elevado, e as pessoas estão com medo de se endividar. Já os empresários deixam de investir, colocando os projetos na gaveta. Nesse cenário, continuamos perguntando: quando o crescimento econômico retornará? O contexto não é mais o mesmo de 10 anos atrás. O Brasil precisa reencontrar os rumos em meio a disputas comerciais entre Estados Unidos e China. Vários episódios internacionais têm afetado as negociações com outras nações, como a crise na Argentina e as turbulências do Brexit (formado por decisão em referendo da população do Reino Unido, em que 17.4 milhões de britânicos votaram pela saída da União Europeia).
Além das questões externas, existem diversos problemas internos. Desde o governo Dilma Rousseff, as crises políticas não cessam. É extremamente difícil criar um ambiente saudável aos negócios quando Brasília é palco de conflitos. As contas públicas estão caóticas, o Estado burocratizado e a insegurança jurídica predomina.
Algumas medidas têm sido elaboradas, como a Reforma da Previdência, que já está bem encaminhada, e o governo federal anunciou a ideia de privatizar algumas estatais, mas há, ainda, um longo percurso que exige a reavaliação do papel e do impacto estatal na economia. A Medida Provisória (MP) da liberdade econômica é uma das iniciativas que visa à autonomia e menos dependência dos órgãos estatais; porém, ainda necessita de simplificações no sistema tributário, o que é essencial para facilitar a organização de empresas que desejam investir. Quanto às consequências das ações e diretrizes do governo, deve-se acompanhar atentamente o que está sendo imposto e como isso se reflete na economia e, também, na vida das pessoas.
O atual presidente Jair Bolsonaro tem de focar na resolução das polêmicas em torno do Congresso Nacional e de sua figura, canalizando energia para que a economia prospere e permita a redução do desemprego. Afinal, a sobrevivência política de Bolsonaro levará em conta o desempenho econômico e a melhora da qualidade de vida da população de modo geral.