A paralisia da perfeição define a situação em que, desejando atingir 200% do nosso potencial, acabamos por não concluir nada, rendendo não mais que zero.
Num mundo caótico e hiperconectado no qual somos demandados, a cada segundo, como pais, mães, maridos, mulheres, profissionais, amigos, e, cada vez mais, como pessoas empáticas que devem se colocar no lugar e compreender as dores das outras, a máxima "feito é melhor que perfeito" torna-se uma realidade inevitável.
Segundo Salvador Dalí, se há algo que devemos descartar da nossa mente é a ideia de alcançar algo perfeito, porque esse status nunca é alcançado.
A verdade é que a superexposição (“oversharing”) nas redes sociais, onde queremos sempre parecer belos, cultos, bem-sucedidos e exitosos, trouxe, por consequência, a busca frenética por realizações e feitos que sempre tem de parecer estupendos e insuperáveis.
A perfeição da execução, contudo, não se mede mais pelos resultados que ela entregará, e sim por aqueles que ela pareça ter quando compartilhada nas redes.
A verdade é que quanto mais queremos entregar e executar para parecermos, aos olhos do mundo, competentes, absolutos e imbatíveis, cada vez menos entregamos aquilo que poderíamos se estivéssemos atentos e focados apenas nos resultados concretos de nossas ações e o número de pessoas que, de fato, serão impactados por elas.
A busca da perfeição, portanto, longe de servir como expositora de nossas virtudes, dever se pautar pela tanto de resultados que conseguimos, de fato, entregar a quem depende de nós e que, em geral, aguarda por uma simples ação ou conduta, mesmo que essa não venha cheia de pompa, firula e circunstância.
Lembre-se: antes de pensar em fazer algo surpreendente e revolucionário, que deixará a todos de queixo caído, pense em simplesmente “fazer” e ter o respeito de quem espera ou depende de uma ação sua, por mais singela que seja ou pareça ser.
Por Eduardo Pires