Após 2 longos anos - que mais pareceram 20 - a vida definitivamente voltou ao normal, como se tudo o que vivemos nos últimos 2 anos tivesse acontecido há 20… E, inusitadamente, nem bem terminou de distribuir o último ovo, o coelho da Páscoa já se prepara para entrar na avenida, como se o calendário que conhecemos estivesse correndo ao contrário: após a Páscoa, vem o Carnaval.
Ainda não há consenso sobre o final da pandemia, embora, por aqui, o Ministério da Saúde, num rompante de superioridade, e entendendo ser a Organização Mundial da Saúde, tenha tentado acabar com a pandemia por decreto, pondo fim ao estado de emergência na saúde pública que vigora desde março de 2020.
Não há espaço para hipocrisia: todos - entendo que a maciça maioria - querem sim ter a tranquilidade e segurança de que a pandemia acabou, e retomar hábitos, modo de vida e costumes que tiveram de deixar para trás, rendendo-se ao tal “novo normal” que caracterizou o período da quarentena, e que, agora, vem rapidamente sendo substituído pelo “antigo normal”, como se o passado fosse a grande meta para o futuro.
De outro lado, e ainda que a inegável e sustentada queda do número de mortes e infectados pela Covid-19 seja efeito evidente do programa de vacinação, implementado de modo tardio e temperado com toda sorte de absurdos e trapalhadas que tanto foram noticiados pela imprensa nos últimos tempos, a verdade é que nunca tivemos um discurso único, alinhado e coerente quanto ao real estado de coisas que vivemos na pandemia e também neste exato momento.
Enfim, e apesar de tudo, parece não haver mais nada a fazer senão garantir a fantasia, recolocar a máscara, e cair na folia.
Bom Carnaval e que venha 2022.
Eduardo Pires