Nossa democracia resistirá. Ou não.

Nossa democracia resistirá. Ou não.

A contagem regressiva para as eleições mais acirradas e tensas da história do Brasil começa em alguns dias e, com ela, também se inicia a despedida do agoniante ano de 2022, cujas lembranças poucos vão querer guardar. No próximo dia 16 de agosto a campanha eleitoral se inicia oficialmente, devendo ser ela a mais provocativa, violenta e agressiva de toda história, bastando que atentemos à escalada do discurso de ódio que inflamou a todos nos últimos meses.

O derradeiro episódio dessa antessala de fatos e declarações grotescas, que antecede a campanha eleitoral, foi a fatídica, inusitada e inacreditável reunião que o presidente da república – que também é candidato a reeleição – fez com diplomatas de vários países com representação no Brasil para atacar as instituições do próprio país que governa.

Ou seja, o comandante “em chefe” do executivo brasileiro brada aos quatro cantos do mundo que as instituições do país não são confiáveis, causando à audiência internacional, por conta disso, compreensiva sensação de absoluta desconfiança e falta de credibilidade do país, embora o próprio presidente tenha sido eleito sob as regras e sistema eleitoral que ora desacredita.

 Ao que parece, está armada a tempestade perfeita para uma perigosíssima e desgastante campanha eleitoral, na qual militâncias, instituições, empresas, artistas e a sociedade como um todo, serão atacantes e atacados, como num cenário de guerra medieval onde todos corriam ao encontro de todos, para matar ou morrer.

 O maior temor, ouso apostar, é que os resultados das eleições que se avizinham, além de questionados (como tratou o PSDB de fazer escola quanto aos resultados das eleições de 2014), não sejam pacífica e democraticamente aceitos, incitando-se um conflito popular gravíssimo, e cuja receita foi dada por Trump no ano passado no episódio da invasão do prédio do congresso.

 O que fazer? Nada, somente esperar e ter fé que nossa democracia – já arrebentada – resista aos próximos meses.

 Quem viver, verá.

 Fé, esperança, e bom resto de semana a todos.

 Eduardo Pires

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