CPI da Americanas (AMER3): auditores investem na tese de ‘fraude de gestão’

Em dia marcado pelos depoimentos de sócios das empresas responsáveis pelas auditorias dos balanços da Americanas, a KPMG e a PwC, que, em diferentes momentos entre os anos de 2017 e 2022, analisaram os dados fiscais e contábeis reportados pela empresa. Os resultados reportados nesse período são objeto de investigação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara sobre a fraude nos balanços da varejista.

Os representantes das auditorias que estiveram nesta terça-feira (1) na CPI investiram na tese de que pode ter havido uma “fraude de gestão” que dificilmente seria detectada no curso de um processo normal de auditoria das demonstrações financeiras.

“Se for confirmado que foi dito pelo presidente da Americanas nesta CPI, estamos diante de um fraude de gestão de difícil detecção, com conluio de diretores de diversas áreas da empresa, o que configura uma má conduta flagrante e consensual”, disse Fábio Cajazeira Mendes, líder de auditoria da PwC.

Segundo ele, as normas de auditoria reconhecem a dificuldade de se descobrir uma fraude quando há conluio da alta direção, com falsificação de documentos.

KPMG

Carla Bellangero, sócia da KPMG, também reforçou a limitação do alcance de uma auditoria de demonstrações financeiras, que não tem o escopo de uma investigação forense.

Carla ainda afirmou que entre 2016 e 2018 consultou 20 instituições financeiras (circularização) sobre saldos e transações da companhia. A consultoria obteve duas respostas em 2016 e três em 2018 informando inicialmente a existência das transações de risco sacado.

Ao questionar a companhia sobre o fato de que as transações nas estavam registradas pelas companhias (B2W e Americanas), as empresas responderam que as informações “não existiam” e que havia um “equívoco” na resposta fornecida pelos bancos.

Americanas e B2W então reconsultaram os bancos que retificaram as respostas e confirmaram as afirmações da administração. Em uma mensagem divulgada pela sócia da KPMG de um banco não identificado, a instituição atribuiu a um “erro sistêmico” a versão anterior da carta de circularização.

Fonte: Valor Investe

 

 

 

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