Ontem, o metrô e os trens metropolitanos de São Paulo pararam.
A greve foi política, não há nenhuma dúvida. E os sindicatos reclamaram que o Governo do Estado só quer privatizar e não se dispõe a conversar sobre o assunto.
E o que a população tem a ver com isso?
Ontem, o que mais ouvi é que as pessoas tem de ser resilientes. Hum… Mas que pessoas? As que se amontoam em ônibus apinhados para chegarem ao trabalho? Aquelas que não conseguem pagar por um transporte alternativo num dia como ontem?
Afinal, resiliência é virtude ou maldição? Todos a aplaudem, mas é sempre o pobre que tem que ser resiliente, que tem que se adaptar, se reinventar, enquanto os privilegiados somente observam.
De outro lado, lembrei-me da empatia, aquele exercício nobre de se colocar no lugar do outro, tão alardeado nas redes sociais, nos discursos eloquentes. Mas que parece evaporar quando o assunto é o sofrimento dos desvalidos.
Por que, ironicamente, os que mais falam de empatia são os que menos a praticam?
Se a empatia é o ouro dos sentimentos humanos, então por que os mais ricos, com todo o seu capital, parecem tão falidos dela?
Bom resto de semana a todos.
Eduardo Pires