Com seus 31 dias, dos quais 23 úteis – e nenhum feriado nacional – agosto de 2023 já se instalou e, como sempre, promete ser um teste de resistência.
Lembrado como “o mês do desgosto”, adquiriu a sina em Portugal, durante a época dos descobrimentos. Conforme dizem, a expressão original seria “casar em agosto traz desgosto”, pois as caravelas costumavam partir do Cais do Sodré nessa época. Daí, as mulheres que se casavam em agosto, além de sequer desfrutar da lua-de-mel, corriam o risco de tornarem-se viúvas de marinheiros naufragados.
O agosto de nossa época, no entanto, traz desafios diferentes.
Depois do mês de julho que se cogita ter sido o mais quente da história no hemisfério norte, caberá a agosto a missão de aplacar os terríveis efeitos do aquecimento global que, ano após ano, tornou-se uma verdade incontestável. Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, falou em início da era da fervura global.
No ambiente empresarial, o tema é tratado, cada vez mais, debaixo das práticas do ESG, sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português), geralmente usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa.
As práticas ESG têm como principal objetivo indicar caminhos para as empresas, a partir de princípios relacionados com seu impacto ambiental, esforços anticorrupção, direitos humanos e trabalho, conciliando os lucros com a responsabilidade social, administrativa e com o meio ambiente.
E, cada vez mais, o dinheiro de bancos, fomentos e fundos de investimento, que são indispensáveis ao funcionamento da economia e alavancagem das empresas, será acessado somente a partir da demonstração de comprometimento real e efetivo com as práticas ESG.
Que possamos dar conta de todos os desafios de agosto, e também daqueles que insistem em nos testar em todos os outros meses.
Bom agosto!
Eduardo Pires
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