As fake news são uma ameaça real para as democracias em todo o mundo. É inegável – e já sabemos disso - que essas mentiras e informações falsas podem se espalhar rapidamente, causando danos irreparáveis às instituições democráticas e à confiança do público nas autoridades políticas e na mídia.
Barbara Walter em seu livro "Como as Guerras Civis Começam e Como Impedi-las" alerta para o fato de que as fake news são particularmente perigosas em contextos de conflito político, onde podem exacerbar as tensões e levar a resultados desastrosos, como violência e instabilidade política.
No livro, Walter afirma que as redes sociais tem sido o principal motor de difusão das fake news: "Redes sociais como o Facebook e o Twitter têm desempenhado um papel cada vez mais importante na disseminação de informações falsas e desinformação. Com o alcance global e a velocidade de propagação dessas plataformas, uma única notícia falsa pode ser compartilhada e visualizada por milhões de pessoas em questão de horas. Como resultado, as fake news podem influenciar a opinião pública, minar a confiança nas instituições políticas e, em casos extremos, até mesmo desencadear a violência."
Diante dessa situação, é urgente a regulamentação das mídias sociais. As empresas de tecnologia têm a obrigação de combater a disseminação de informações falsas em suas plataformas, implementando políticas rigorosas de moderação de conteúdo e trabalhando com autoridades regulatórias para estabelecer padrões de transparência e responsabilidade.
Não podemos ignorar a importância da educação cívica para combater as fake news. As pessoas precisam ser mais críticas em relação ao que leem e ouvem na mídia, ajudando a combater a disseminação de informações falsas. Mas isso não, por si só, não alterará o curso do navio cego da desinformação.
Somente com uma abordagem multidisciplinar para combater as fake news é que poderemos preservar as instituições democráticas e a confiança do público nas autoridades políticas e na mídia.
Não é uma questão de opinião, mas sim de responsabilidade e compromisso com a verdade. Afinal: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.”
Que a verdade nos salve!
Eduardo Pires