O Dia Internacional da Mulher, a essas alturas, bem poderia ser rebatizado como: Dia Internacional pela Luta dos Direitos da Mulher. Certamente melhor expressaria porque a data ainda é tão importante, embora, para alguns desavisados – outros sarcásticos – “todo dia é dia das mulheres”.
A verdade é que embora sejamos a maioria da população mundial, continuamos sendo desrespeitadas e diminuídas pelo simples fato de sermos mulheres. Convivemos diariamente com discursos, opiniões, atitudes e comportamentos misóginos, sexistas, machistas e patriarcais, a maioria deles relegando-nos a coadjuvantes do processo, quando não a meras figurantes.
Somos admiradas por nossa força, mas desde que sejamos dóceis. Nossa resiliência é lembrada, mas desde que sejamos belas. Somos guerreiras, mas desde que aceitemos ser também alegres.
A verdade é que a sociedade ainda espera das mulheres um certo tempero, uma espécie de moderação para relativizar características que, afinal, caso não as fossem, nos tornaria... homens!
Queremos, podemos e devemos ser quem, o que e quando quisermos. E mais ainda, simplesmente porque queremos, sem ter de dar qualquer explicação ou ter de calcular o risco decorrente de um julgamento de nossos motivos ou razões.
O limite de nossas aspirações e desejos é o mesmo da mais profunda raiz de qualquer senso ético: o respeito ao próximo. E, amparadas neste limite, tão óbvio e indiscutível, EXIGIMOS sermos respeitadas na plenitude de nossa dignidade, direitos e prerrogativas, em todas as dimensões, vetores e perspectivas, pela simples e fundamental razão de sermos – simplesmente – MULHERES.
Boa semana e, caso não seja uma garota, lute como se fosse uma!
Fernanda Guimarães